11 – As Doze Armas Sagradas

 

Tendo Deus concluído a criação de todos os anjos, separou-os por funções a cumprir, sendo que aos arcanjos, os primeiros feitos a sua imagem e semelhança, cabia a posição de príncipes dos anjos no intuito de manter a paz e a ordem entre os seres poderosos que foram criados.

Entre as classes angelicais havia a necessidade de se criar guerreiros e havia ainda a necessidade de se eleger quem os comandasse junto dos arcanjos. Deus encarregou Miguel desta tarefa, disse-lhe para “testar” os anjos e buscar dentre eles os mais astutos, poderosos e corajosos, estes anjos deveriam ser capazes de rivalizar com os Arcanjos em poder e glória.

Miguel é sem duvida o arcanjo mais habilidoso de todos nas artes do combate direto e resolveu treinar todos os anjos, para que depois de bem treinados fossem testados contra os próprios arcanjos. Havia uma miríade de anjos, legiões e legiões, seu numero era tão grande quanto o das estrelas nos céus.

O Arcanjo passou uma era treinando seus anjos, fortalecendo-os, ele e os outros arcanjos chegaram ao ponto de simplesmente não ter mais o que lhes ensinar quanto ao combate e perceberam que era chegada a hora da batalha. Miguel promoveu uma disputa entre os Sete Arcanjos e os anjos guerreiros, e aqueles que se arriscassem a participar já seriam sem duvida alguma conhecido como Guerreiro Corajoso, quão grande não foi a surpresa dos Arcanjos quando todos os anjos guerreiros aceitaram o desafio.

Assim teve inicio a primeira Batalha Celeste, conhecida nas crônicas dos anjos como "Os Cinco Titãs", porquanto apenas cinco anjos foram capazes de enfrentar os arcanjos, essa batalha foi travada de mãos vazias, pois Deus ainda não lhes havia dado entendimento ou permissão para forjar armas.

A batalha celeste durou cerca de mil dias terrenos, e ao final dela apenas os sete arcanjos estavam de pé, imponentes e intocados, e cinco anjos frente a eles ainda conscientes mesmo depois de ter recebido o ataque dos príncipes. A partir daí foram chamados Generais e Titãs, seus nomes são, Makaliun, Hermut, Death, Akila e Brugos, eles são os mais poderosos anjos depois dos Arcanjos, eles são portadores de cinco das "Doze Armas Sagradas", forjadas com a matéria que compunha as três primeiras arcas abertas, as arcas de Lúcifer, Miguel e Gabriel. Assim que os Generais foram escolhidos Lúcifer foi ter com Deus no palácio celestial, na sala do Trono de Deus.

Era um lugar repleto da graça divina, o poder de Deus ali era tão grande que era impossível se valer de qualquer sentido além da visão e da audição para saber quem estava lá, mesmo o mais hábil dos guerreiros era apenas um ser pequenino dentro da sala do trono.

O palácio em si parecia ter a capacidade de conter todo o universo. Era majestoso! Tudo nele era feito de marfim e ouro, a pavimentação que levava até a porta de entrada do palácio era feita de tijolos de rubis, demarcada com guias de jade terminando em uma escadaria de mármore branco, assim como toda a fachada do palácio.

Na fachada era possível ver diversas inscrições na língua dos anjos, algumas em baixo relevo e outras em ouro maciço, a entrada do palácio tinha pelo menos duzentos metros de largura e trinta de altura, as portas tinham sete metros de altura por cinco de largura e era feita de ouro maciço. Tinha o desenho do sol ocupando ambas as portas, que se abriam para fora, era adornada com Ônix e Diamantes.

Ao entrar no palácio chegava-se a um hall imenso. Nada havia ali exceto colunas que iam até o teto e as escadarias ao fundo que levavam ao piso superior onde ficava o trono de Deus. Tudo era feito de mármore branco, tinha pelo menos cinqüenta metros de comprimento, sendo que a escadaria iniciava na casa dos trinta metros, indo até um vitral ao fundo que retratava a criação do universo pela explosão do poder de Deus, dividia-se então em duas escadarias, uma de cada lado, porém ambas levavam ao mesmo lugar, o trono de Deus. Lúcifer subiu as escadarias principais, cruzou as portas de entrada do palácio, cruzou o hall e parou na escadaria principal, concentrou-se um pouco, subiu as escadarias e entrou na sala do trono.

Esta sala era enorme, ocupava todo o segundo andar, tinha dez metros de altura e cinqüenta de comprimento, o trono de Deus ficava no final da sala, um brilho intenso vinha de lá. Colunas iam do chão ao teto, sendo quatorze delas, sete de cada lado, tinham inscrições na língua dos anjos e detalhes em ouro. Lúcifer caminhou até estar próximo ao trono e parou diante da Glória de Deus.

- Pai Celeste, razão e alegria de minha existência - Disse Lúcifer. Era um anjo como nenhum outro jamais poderia ser, o titulo de Estrela da Manha lhe caia como luva, era simplesmente Iluminado. Todo o seu corpo transmitia Luz Divina, sua face era perfeita, seu rosto o mais belo dentre todos os anjos, o mais imponente, suas asas eram grandes e reluzentes, cada pena parecia conter uma pequena estrela em si, seus braços eram fortes e o poder que emanava de seu corpo era tremendo. Uma túnica branca, tão branca quanto um brilho ofuscante pode ser, presa por abotoaduras douradas com entalhes magníficos, pedras de Ônix e Jade estavam cravadas na ponta de cada uma delas. Suas sandálias eram feitas de diamante com correias em fios de ouro, um cinturão formava um saiote de ouro também entalhado e com pedras preciosas cravadas, era um ser absolutamente perfeito.

- Meu filho, o que quer de mim? - Disse Deus em seu trono de glória, apenas Luz podia ser vista, nada mais.

- Temos um exército que luta com as mãos nuas, minha mente vagou por todo o universo e eu vi o que se forma fora de Seu controle, vi o que sua matéria, perfeita e evolutiva, é capaz de fazer. Tenho receio de que possa, por si só, criar algo que venha a afrontar Seu comando. Quero fazer algo que nos auxilie contra os inimigos que um dia virão, que forjar armas que nos permitam enfrentar qualquer inimigo. Gostaria de usar o meu berço e o berço de meus irmãos, Gabriel e Miguel, para forjar armas capazes de rivalizar com nosso próprio poder. - Suas palavras foram polidas, ele estava em pé diante do Senhor Soberano.

- Nada neste mundo tem poder para se opor a mim, meu filho, porque deveríamos forjar armas se a paz lhes é garantida por mim? - Deus o estava testando, sabia que a traição e a cobiça eram inevitáveis, sabia que diante dEle estava aquele que traria ruína ao homem.

- Bem sei que nada neste mundo pode vencer a Ti, mas desejo ter poder para servi-lo meu Senhor, por favor, permita que este servo, seu filho, tenha paz e felicidade concedendo-lhe o que ele deseja.

- Lúcifer, estrela da manhã, não precisamos disto, mas um exercito sem armas não pode ser considerado um exercito, eu lhe dou permissão para criar armas que possam ser usadas pelos meus anjos. Tu poderá criar apenas dozes armas e não mais fará, lhe garanto que nenhuma arma neste mundo poderá vencer essas armas. A partir dessas todas as outras serão feitas, todo o meu exercito terá uma arma que será capaz de tudo cortar, mas apenas essas doze terão o poder de deter os arcanjos. Dê uma a cada um de seus irmãos Arcanjos, tome uma para si e dê as outras cinco delas aos generais.

- Que assim seja meu Pai, farei as armas e as darei conforme a Tua palavra.

Terminou de falar, fez uma reverência diante do Pai e se retirou enquanto Deus o fitava com tristeza no olhar, era Seu filho, o amava como amava a toda sua criação, pois teve prazer em criar cada coisa do Universo. Lúcifer se retirou da presença de Deus para nunca mais retornar, fora o seu primeiro ato a fim de cumprir seu destino.

Enquanto divagava sobre essas coisas, Miguel surgiu por de traz de uma pilastra, caminhou até o trono de Deus e se prostrou. Era um anjo muito parecido com Lúcifer em poder e imponência, sua beleza não chegava a tanto, mas ainda sim era uma das criaturas mais abençoadas que Deus já fizera. Um pouco maior que Lúcifer, talvez com cinco metros de altura, um verdadeiro Titã. Sua capa era toda feita com fios de outro, uma trombeta de marfim estava presa no cinturão que formava o saiote, suas sandálias pareciam ser feitas de ouro envelhecido e fios de ouro prendiam-lhe nos pés. Neste momento tinha uma expressão de tristeza e dor.

- Pai amado, o que fizeste? Sabes bem que ele irá abandonar a ti.

- É necessário que se cumpra toda a minha palavra, Miguel, é necessário que a batalha ocorra. Desde que deixei que Lúcifer saísse da arca sabia que o mal lhe cairia, nem por isso deixei ele trancado lá, não é agora que o farei. Por hora deixemos que ele avance, tu não conheces todo o meu plano, minha criança, tu não sabes das maravilhas que estão por vir, tenha paciência e mantenha-se como está hoje, certo de que o Senhor o Seu Deus é contigo.

Miguel não tinha argumento contra Deus, por mais que amasse seu irmão, sabia que o que Deus lhe mostrara era fato já consumado e não poderia ser impedido. Levantou a face na direção do trono de Deus e pode divisar ali três entidades distintas, Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo e sabia que nada no mundo poderia mudar o que Deus já havia escrito.

- Que assim seja meu Senhor, estarei contigo até que tinha existência não seja mais necessária, estarei contigo na peleja do porvir e digo agora, ai daquele que levantar-se contra Ti, Pai Celeste, pois conhecerá a minha fúria e compreenderá o significado da palavra desespero.

Terminou de dizer isso e também se retirou da presença de Deus.

Lúcifer saiu do palácio, estendeu as asas e alçou voo, seguiu para norte do castelo, passando por campos verdes e rios belos que circundavam o palácio, a cidade angélica não ficava longe dali. Voando calmamente ele chegou à cidade, pousou próximo a uma construção bonita, feita de ferro e mármore. Muitos anjos próximos baixaram a cabeça em reverencia, Lúcifer passou pelo umbral de entrada que revelou um recinto amplo e espaçoso, não havia móveis nem nada do tipo, era apenas um cômodo vazio, anjos não precisavam de descanso ou tinham sono.

Bem no meio do cômodo havia um anjo sentado no chão, de olhos fechados, colocou a mão no chão e quando foi levantando um tipo de raio foi subindo junto e um tipo de bastão foi ganhando forma, o anjo se colocou de pé, tinha pouco mais de três metros de altura, usava uma capa feita de um tecido grosso, porém liso como seda, o cinturão era de ouro e uma trombeta estava presa nele, não se incomodou com a chegada de Lúcifer e continuou levantando a mão até ter um bastão com um pouco mais que sua altura, tomou o bastão na mão, era feito com o mármore que formava o piso. Colocou a mão em uma das pontas, novo brilho se fez e uma ponta como que dê lança foi criada. Lúcifer se aproximou olhando para a lança.

- Uriel, meu irmão, que bom vê-lo.

- Lúcifer - disse em tom animado - o que o traz aqui, um lugar tão pequenino para ti?

- Não diga tal coisa irmão amado, vou e venho entre os nossos, conhecendo cada um e procurando servos fiéis aquele que tem o direito de estar acima de tudo e de todos. Muito tempo batalhamos e a peleja foi dura para muitos deles, estou apenas me reaproximando. De qualquer forma, não foi sobre isso que vim lhe falar. Venho com boas novas, acabo de ter com nosso pai, apresentei a ele minhas considerações sobre seu exército e ele me permitiu criar armas para assistir os guerreiros de Deus em batalha. Farei primeiros nossas próprias armas e armas para nossos generais, gostaria que sua mão estivesse nisso, visto que a ti foi dada a honra de manipular a matéria, tu podes fazer uma arma como nenhum outro ser no mundo poderia. - Lúcifer era ardiloso, sabia como fazer como que os que estavam a sua volta sentissem orgulho de si mesmo, mas agora falava com um dos arcanjos, não seria tão fácil.

- Deus o pode, Lúcifer, Deus tudo pode, eu apenas faço o que Ele me permite fazer. Porque precisamos de armas? Vencemos toda a legião dos céus com as mãos vazias. Não é o favor de Deus nossa maior arma?

- Sim de fato o é, e Ele bem sabe disso - ignorou a retratação com relação a Deus - todavia eu pedi e Ele me permitiu, gostaria de fazer algo fabuloso para nós, preciso de sua ajuda.

- Se Deus não vê problemas nisso, então não tenho porque lhe negar esse favor, farei agora mesmo armas capazes de destruir qualquer coisa.

- Calma meu irmão, não te afobes, tenho um material especial para isso, Deus me permitiu usar a matéria das arcas.

Uriel olhou com assombro.

- Lúcifer, seriam armas capazes de destruir mesmo o poder de um Arcanjo, não é prudente que se faça tal coisa, por favor, deixe-me fazer com outra coisa.

- Eu já me decidi – Disse um tanto orgulhoso e arrogante - já tenho autorização divina para isso, preciso que seja assim, para que nada no mundo vá contra o meu Deus.

Uriel olhava para o irmão um tanto assombrado, não era comum ver Lúcifer perder o controle, respirou fundo e prosseguiu.

- Onde estão as arcas?

Lúcifer sorriu satisfeito.

- Em minha casa, sou o guardião delas desde que fomos criados, de cada uma delas fará quatro armas, Deus me disse para usar apenas as arcas dos príncipes.

Lúcifer disse isso já se retirando da presença de Uriel, que concordou e seguiu Lúcifer, alçaram voo e seguiram a leste da morada de Uriel, este era o Arcanjo mais ligado aos outros anjos, sempre estava junto deles e sua própria morada era junto deles, diferente dos outros Arcanjos que vivam em seus palácios.

Chegaram ao palácio de Lúcifer e muitos anjos estavam por ali, verdadeiros vigias nos muros, alguns sobrevoavam o local como aves de rapina prontas a descer e tomar a vida de suas presas. Todo o palácio era feito de mármore negro e prata era usada para detalhar, dentro das dependências do castelo havia muita movimentação, sons de lutas eram ouvidos enquanto anjos poderosos travavam batalhas em treinamento.

Lúcifer cumprimentou os anjos por ali e entrou em sua casa seguido por Uriel.

- Onde está Avalon? – Perguntou a um dos anjos por ali e antes que houvesse resposta por parte do anjo, Avalon saiu de uma das salas.

- Estou aqui, meu princ.. – Deteve-se antes de concluir ao perceber que Uriel ali estava, percebeu que era tarde para tentar mudar e continuou. – príncipe. A tempos não o vejo, Uriel, Mestre da Matéria, muito me alegra vê-lo na casa de um dos príncipes.

- Avalon, é bom estar aqui. – Lucifer não permitiu que a conversa prosseguisse.

- Avalon, estarei na sala das arcas com meu irmão, peço que ninguém nos incomode.

Avalon confirmou com um aceno e gritou com os outros anjos.

- Aquele que perturbar os príncipes terá um dia terreno inteiro de treino comigo – alguns anjos sorriram maliciosos, outros eriçaram as asas com tal pensamento e alguns mexeram-se desconfortáveis, mas uma coisas ficou bem clara, ninguém iria atrapalhar os arcanjos em conferencia.

- Vejo que está treinando bem seus anjos – Disse Uriel para Lúcifer enquanto cruzavam o salão principal.

- Eles tem treinado desde o fim da grande batalha, não são poucos os que se sentiram inúteis perdendo para nós, então estão treinando mais pesado comigo do que Miguel jamais lhes faria treinar.

- Entendo. – Disse Uriel – Você está mesmo disposto a criar um exercito digno de nosso Pai, fico feliz irmão.

- Sim, sim, nosso pai, em tempo devido se surpreenderá com este exercito.

Uriel ficou um tanto confuso com a resposta, mas não falou mais nada. Desceram uma escadaria que ficava a direita do grande salão, no andar de baixo havia uma sala escura, mas assim que passaram pelo umbral fez-se luz.

- Aprendendo a modificar a matéria, irmão?

- Somos todos filhos de nosso Pai, todos podemos fazer alguma coisa, mesmo que não seja nossa habilidade latente, já consigo fazer alguns de seus truques.

Uriel o olhou com espanto divertido.

- És mesmo um dos príncipes. – Disse sorrindo.

Caminharam um pouco para dentro da sala e foi possível ver sete arcas que transbordavam a glória de Deus. Estavam organizadas lado a lado, em cada uma delas havia uma marca, um símbolo que representava o nome do arcanjo que dentro dela ganhou vida.

 Uriel aproximou-se da que levava seu nome e a tocou, sentiu a glória e o poder de Deus fluir em seu corpo.

- Irmão, está certo de que devemos fazer isso? Essas armas estarão praticamente vivas!

- Apenas faça o que lhe peço irmão, tenho certeza de que isso será bom para nós.

Uriel não estava seguro sobre isso, mas não tinha escolha, já dera sua palavra a seu irmão e ele agia de acordo com a vontade de Deus. Foi em direção a arca com o nome de Lúcifer, puxou-a para si e levou-a até o meio desta sala.

- Afaste-se Lúcifer.

O Arcanjo obedeceu com um sorriso malicioso no rosto. Uriel estendeu ambas as mãos na direção da arca, e ela se dividiu em quatro, cada uma delas contendo uma porção igual da glória de Deus. Com um movimento das mãos uma delas se destacou ficando um pouco acima das outras, flutuou um pouco e foi até Uriel.

Ele uniu as duas mãos fazendo com que aquele pedaço sumisse entre elas, quando começou a separar as mãos recitou, em uma língua que nem mesmo Lúcifer conhecia, um encantamento.

 

kan aekhng kheuongmu visai nai kansang pa mub thudsan kan aemn boliophkodny leuong sublime dai

sud aembod adcha pen khony khoasang aemn avud pheuohabsai kan sungsud visai daí

 

A arma foi tomando forma, e quando ele estava com os braços completamente separados um instrumento novo aos olhos dos seres viventes se formou.

- Esta arma se chamará espada, sua lâmina terá a força de um arcanjo, pois da arca do arcanjo fora feita.

A espada formada era absolutamente incrível, fogo emanava de sua lâmina como se o próprio sol estivesse preso ali, a espada tinha pelo menos dois metros de comprimento, a lâmina era curvada o que nos lembra hoje uma cimitarra, o cabo era feito de ouro e tinha algumas inscrições, Uriel tomou a espada pelo cabo e moveu algumas vezes no ar. Um rastro de fogo ficava por onde quer que fosse levada.

- Será conhecida como "A Extinção" porquanto dela brota fogo capaz de extinguir toda a existência - Virou-se e viu Lúcifer olhando a espada incrédulo. Mesmo a estrela da manhã não previa que tanto poder fosse contido na arma, e não pensava assim pelo que Uriel havia dito, mas sentia que a espada poderia destruí-lo agora se bem quisesse.

- Tome-a irmão, está feita a primeira das Doze Armas Sagradas.

Lúcifer tomou a espada nas mãos e sentiu vibração de vida vindo dela, sorriu satisfeito com o que recebera. Baixou a lamina da espada e as chamas se extinguiram, enrolou-a num pano e colocou no chão a sua frente, quando olhou para frente à segunda parte da caixa já havia sumido e Uriel estava abrindo os braços e criando a segunda arma. Tinha o mesmo comprimento da primeira, mas suas chamas eram azuis, tinha o mesmo formato da primeira também, assim que a espada ficou pronta ele manuseou por alguns instantes, a chama azul brincava em volta da espada, à luz que emanava dela era ofuscante, Uriel virou-se para Lúcifer.

- Veja irmão, a Luz que emana desta espada se parece com a que emana de seu corpo, creio que esta lhe servirá bem - Dito isto entregou-a a Lúcifer que tomou em suas mãos, segurando diretamente na lâmina que extinguiu as chamas de imediato ampliando a força da Luz que emanava.

- Sim de fato, esta tomarei para mim, será chamada "Caminho da Luz" porquanto através dela nossos inimigos conheceram a glória e o poder de Deus.

Uriel sorriu vendo a satisfação de seu irmão. Invocou o terceiro pedaço e ao invés de fazê-lo sumir em suas mãos levou até o chão e ali o fez, recitou um encanto enquanto levantava o corpo e uma nova arma era criada, não tinha o mesmo formato das duas primeiras, mas o formato de uma lança, como Uriel estava fazendo quando Lúcifer foi ter com ele. Essa arma tinha aproximadamente quatro metros de comprimento, sua ponta terminava em uma lâmina de mais meio metro de comprimento, curvada e larga, fogo estava em sua ponta, Uriel olhou com orgulho, girou algumas vezes no ar e um circulo de fogo se formou, baixou a lança pelas costas ainda girando, cessou o giro enquanto simulava um ataque na direção de uma das paredes do outro lado do salão, uma espiral de fogo foi até a parede e destruiu com estrondo tudo ali, criando um túnel que parecia não ter fim. Colocou a arma sua frente com os olhos arregalados, olhou para Lúcifer que estava boquiaberto.

- Lúcifer meu irmão, permita-me ficar com essa arma! - Uriel estava muito feliz com o que havia criado.

- Assim seja meu irmão, esta será sua arma, dê um nome.

- Essa arma será conhecida como lança e seu nome será Destruição, pois seu ataque pode consumir toda a matéria.

Lúcifer assentiu.

Uriel deixou sua arma no chão, e continuou forjando as armas. Fez isso por mais nove vezes e todas as armas foram feitas, sendo que todas elas transbordavam do poder de Deus e foi dada a cada possuidor o direito de escolher o nome.

As Doze Armas Sagradas são:

A Lúcifer pertence a espada Cimitarra chamada "Caminho da Luz"

A Uriel pertence a lança conhecida como "Destruição".

A Miguel pertence a espada Cimitarra conhecida como "A Extinção"

A Israel pertence a espada do tipo Montante conhecida como "Salvação".

A Gabriel pertence a Espada do tipo Katana chamada de "Vingadora".

A Ya-hel pertence a Lança conhecida como “Destino dos Ímpios”.

A Mikael pertence a Katana conhecida como "Queda dos Imortais".

Ao general Hermut pertence a Katana chamada "Ceifadora".

Ao general Makaliun foi dada a Lança conhecida como "Caçadora".

Ao general Death foi dada uma lança de cabo envergado conhecida como "Foice da Destruição".

Ao general Brugos foi dado um Machado chamado "Divisão da Matéria".

Ao general Akila foi dada uma espada do tipo sabre chamada "Destruição da Divindade".

Todas as armas tinham poderes distintos, porém eram equilibradas no inicio, ficariam mais poderosas com o passar dos séculos, quanto mais tempo seus donos as manuseavam mais a conexão tornava a espada poderosa. E por eras apenas eram usadas para treinar. Este foi o primeiro de muitos passos dados por Lúcifer a fim de conseguir poder para o "Dia do Levante" como ficou conhecido nos registros angelicais, o dia em que Lúcifer tentaria depor o todo poderoso Deus e Pai de seu trono majestoso.